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quarta-feira, 27 de julho de 2022

"DÍZIMO" - UMA ESTRATÉGIA DE MAMON NA RELIGIOSIDADE

Graça e Paz a todos os santos em Cristo Jesus. Permitam-se abordar um tema bem polêmico, mas necessário. Aviso que o texto será um pouco grande, mas lhe garanto que não vão se arrepender de terem lido. Falemos agora sobre “DÍZIMOS”. Não são poucas as investidas para justificar a obrigatoriedade do dízimo nas instituições religiosas. Dentre os argumentos utilizados pode-se listar por exemplo: O dízimo para afastar o devorador; O dízimo para manutenção da “casa de Deus”; O dízimo como complemento de uma justiça maior do que a dos fariseus. Tais argumentos são feitos sem considerar algo relevante: Os ditames da Nova Aliança.

Muitos dizem que o dízimo existe antes mesmo da própria lei mosaica. E estão certos. Dizem ainda que é um princípio que ultrapassa alianças. Já nisso não estão de todo certos, pois Adão, antes da queda, não dizimou. E mesmo Abel após a queda não deu dízimos, mas sim oferta voluntária. O defensores do dízimo como “princípio” não observam que o louvor e a adoração a Deus por meio de sacrifícios também precedem a lei mosaica e nem por isso devemos nos sentir obrigados a derramar sangues de bodes e ovelhas para termos a atenção de Deus.

A grande realidade é que a prática do dízimo possuía como razão maior de existir a manutenção de um templo e de um serviço sacerdotal. Por essa razão Malaquias apresentava a ordem de trazer todos os dízimos a casa do tesouro para que houvesse mantimento na casa de Deus. Entretanto devemos lembrar que existia somente um lugar, no mundo inteiro, que podia ser considerado como a casa de Deus: o templo em Jerusalém, localizado em Israel. Era nesse templo que exista a casa do tesouro (ou tesouraria).

O templo de Jerusalém era conhecido como a casa de Deus, e seus sacerdotes se valiam dos dízimos para terem seu alimento. Por esse princípio, todos os dízimos do mundo deveriam ser encaminhados para Israel, no intuito de reconstruir o templo. Ocorre que Jesus expôs uma verdadeira profecia quando disse: derrubem esse templo e em três dias eu o levantarei. Mas Ele falava de um novo templo a ser erguido: “O corpo de Cristo”; “A Igreja imaterial”; “o ser humano em Cristo”. Deus passaria a habitar no ser humano e não mais habitar em templos construídos por homens.

Ocorre que, com o crescimento do cristianismo a partir do século IV, houve a institucionalização da igreja. Com isso, um evangelho híbrido começou a surgir. Ou seja: começou-se a mesclar elementos da antiga aliança com a nova. “vinho novo em odres velhos”. Agora Cristo deixaria de ser o centro e a instituição ganhava força para dominar. A ideia de um templo construído ser considerado como casa de Deus retornou. De estilo de vida o cristianismo passa a ser uma religião tão legalista quanto o judaísmo.

O que popularmente muitos conhecem hoje como igreja na realidade são templos de instituições religiosas. Torceu-se a verdade de que cada ser humano é um templo e remeteu-se isso a uma estrutura construída por mãos humanas. Por tal razão é comum se ouvir nos púlpitos que todos deve trazer o dízimo a “casa do senhor” (templos construídos), alegando ser uma ordem divina. Porém não se sustenta tal fato se considerarmos a verdade de que só o templo de Jerusalém era a casa de Deus.

Seria muito mais honesto e cristão dizer: “irmãos, nós construímos um local para cultuarmos a Deus. Contudo custa dinheiro mantê-lo, por isso, assim como fazem todas as associações, cooperativas, clubes e outras instituições para se manterem, precisamos convencionar em nosso estatuto que todos contribuam com uma mensalidade no valor de 10 % do vosso salário. O objetivo principal será pagar as despesas com o templo e o salário de quem está trabalhando dentro dele. Mas não se preocupem! Vamos prestar contas de todos os recursos que entrarem e saírem.”

Infelizmente, apesar das instituições religiosas serem pessoas jurídicas cadastradas, com a total liberdade de estabelecer critérios para a associação de seus membros, muitos líderes preferem torcer as escrituras para alegarem ser uma ordem divina dar dízimos em tempos de Nova Aliança, sob a ameaça de ter todas as finanças devoradas por um demônio. Certo é que alguns líderes o fazem porque assim aprenderam. Não tiveram a oportunidade de aprofundarem-se no que está escrito e nem como agora vigora a Nova Aliança em Cristo Jesus.

É necessário que entendamos que, após a morte de Cristo, uma Nova Aliança foi firmada. Agora, todo aquele que crer em Jesus Cristo torna-se filho de Deus e está dentro de Cristo, de maneira que todo aquele que é nascido de Deus não é mais tocado pelo maligno. Agora não é o dízimo que afasta o devorador é o fato de você estar em Cristo Jesus. Atribuir ao dinheiro ofertado a capacidade de afastar o maligno é uma demonstração de torção das escrituras.

Há quem ensine inclusive que, nos tempos da graça, após a cruz ficou mais difícil e pesado seguir a Deus. Relembram que os cristãos da igreja antiga vendiam todos os seus bens e deixavam aos pés dos discípulos. Alardeiam que um casal (Ananias e Safira) foram mortos justamente porque não deram o dízimo integral. Isso é deveras maligno de se ensinar. Demonstra o quão comprometidos com o deus “mamon” (deus ligado ao dinheiro) estão muitos líderes.

Primeiramente devemos lembrar que a igreja nos tempos dos apóstolos cria piamente que Jesus voltaria nos tempos deles. Provavelmente muitos não viam mais razão para terem bens se o Messias iria leva-los para os céus. Com isso vendiam todas as suas propriedades e depositavam o valor aos pés dos apóstolos para que, em comunidade pudessem viver, e serem mantidos com os recursos entregues. Isso foi uma das razões que levou a igreja de Jerusalém passar por necessidades.

Foi por conta disso que Ananias e Safira, vendo uma grande oportunidade de terem mantimento vitalício, resolveram fazer parte da comunidade entregando seus  bens parcialmente. Afinal teriam duas seguranças: a de parte dos valores dos seus bens e uma verdadeira assistência perpétua por parte dos membros da igreja. Eles não eram cristãos. Apenas queriam se aproveitar do sistema cristão que estava se estabelecendo, o qual se assemelhava a uma verdadeira previdência social para a época.

O pecado deles os matou. Diferente do que muitos dizem, não foi o Espírito Santo que os matou. Dizer isso pode ser considerado como uma verdadeira blasfêmia. Jesus Cristo veio para dar vida e vida com abundância. Dizer que o Consolador matou um casal por não ter dado dinheiro, margeia um dos piores pecados.

Há que diga que Jesus mandou cumprir o que os fariseus cumpriam e ainda mais. Ou seja: dizimem de tudo e façam ainda mais. Jesus Cristo veio para cumprir a lei. Jamais poderia falar contra ela. Se assim não fosse a lei não passaria. Pois Ele mesmo disse que nem um jota ou til se omitiria da lei sem que tudo fosse cumprido. Ocorre que agora, na Nova Aliança em Cristo Jesus, a fardo ficou leve. Jesus cumpriu a lei e tirou o nosso jugo.

A verdadeira oferta cristã, indicada por Paulo, consiste na entrega de nossos corpos como sacrifícios vivos, santos e agradável  a Deus. Também deve-se ressaltar o fato de não mais haver um templo feito por mãos humanas que seja considerado casa de Deus. Agora Deus habita em seres humanos. A casa de Deus que agora não pode ficar abandonada são almas humanas. Jesus deixou bem claro qual era o foco da missão da igreja: vidas. Lembrem-se que Ele disse que um dia dirá a muitos:

“... Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. (...) Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. Mateus 25:41-45

Hoje a casa de Deus somos nós. A bíblia deixa isso bem claro, por exemplo em Atos 7:48; 17:24, I coríntios 3:16; Romanos 8:9; Efésios 2:19-22. Assim, torcer as escrituras no sentido de dizer que um templo feito por mãos humanas é a casa de Deus, traduz-se como uma ação maligna e cruel que mata a fé de um ser humano. Promove uma idolatria institucional quem faz uma coisa dessas. Por tal razão existem muitas pessoas aflitas, doentes e angustiadas dentro das chamadas Igrejas (instituições). Não discernem bem o que vem a ser o corpo de Cristo.

Alguns chegam a dizer que do dízimo não se pode retirar nada para ajudar ninguém. Que se quisermos ajudar, seja isso feito com a parte que sobrar após o dízimo. Pergunto: se o dízimo anunciado for uma parte pertencente a Deus, alguém acha mesmo que Ele preferiria deixa-la para pintar uma parede ou pagar a parcela de uma cadeira ao invés de matar a fome de um faminto?

É muito bom ter um lugar para cultuar. Não sou contra isso. Acredito inclusive que poderíamos estabelecer mensalidades de manutenção de templos, acompanhada de uma honesta prestação de contas do que é feito dos valores empregados. Creio inclusive que existam muitas instituições religiosas sérias que são honestas na hora de pedirem contribuições. Entretanto a triste realidade é que hoje também existem muitas instituições que impõem dízimos, cuja entrega é feita sob a ameaça de uma visita demoníaca para devorar as finanças de cristãos, serve para movimentar uma de duas coisas:

 

·       “uma empresa religiosa com fins lucrativos, que é passada de pai para filho, tendo alguns agregados se beneficiando desse sistema.”

·       “um império político-econômico, cujo controle de massas, por meio do pavor do inferno e do devorador, garante que os tornem em verdadeiras moedas de troca em eleições políticas.”

 

Acham que estou exagerando? Façam uma pesquisa simples e vejam que muitos líderes não prestam contas aos liderados, mais aos seus superiores o fazem. E quando isso fazem, não tem como foco o número de pessoas alcançadas pela palavra de Deus ou por uma ajuda em suas vidas, mas alardeiam como vitória o montante arrecadado por mês. Quantos almejam liderar um grande campo de trabalho religioso não para conduzir vidas aos céus, mas porque tal campo é notoriamente rentável a quem estiver a sua frente. Quantos apresentam os membros, a candidatos políticos, como votos a serem barganhados.

A grande realidade de hoje é que Jesus Cristo tem sido retirado das pregações em muitas instituições. E o dinheiro tem sido colocado em seu lugar. Muitos pastores estão colocando mamom (deus do dinheiro)  no trono de seus corações ao invés de Cristo. O evangelho para muitos se tornou um negócio rentável. NÃO SEJAMOS ASSIM.

Lembremo-nos que vidas são a verdadeira razão de estarmos nesse mundo como igreja de Cristo. Pessoas são os templos e verdadeiras casas de Deus que não podem ser abandonados. Não é pecado ajudar a manter um templo de tijolos e seus funcionários. Mas se torna pecado dizer que isso é obrigatório sob pena de ser prejudicado por um devorador. Cristo nos libertou. Sejamos livres para sermos a Casa de Deus onde estivermos. Afinal Jesus assim falou:

 

“(...) crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
João 4: 21, 23

 

Lembrem-se: Vidas humanas são a verdadeira semente a serem plantadas no Reino de Deus.

Um abraço a todos vocês, de vosso amigo e irmão:

 

Oráculo.


terça-feira, 3 de maio de 2022

RECOMENÇANDO: INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS ESTÃO DESTRUINDO A FÉ.

            Saudações amigos.

Já faz um tempo que não escrevo por aqui.

Estive numa real imersão no que diz respeito a estudos bíblicos.

O resultado?

Me confrontei pesadamente, e descobri muitas coisas que desejo compartilhar. A de hoje é a seguinte:

A fé do ser humano está sob ameaça.

Uma das revelações que tive, e pretendo compartilhar é que as INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS ESTÃO DESTRUINDO A FÉ.

Sei que o título é polêmico. Mas responde a três colocações que Jesus Cristo fez quando veio a essa terra para ser crucificado:

1ª: Eu lhes digo: ... Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? (Lucas 18:8);

2ª: Deixa o trigo crescer com o joio (Mateus 13:24-30);

3ª: Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam. (Mateus 9:17)

Verificamos o bom mestre questionando os discípulos se quando ele voltasse encontraria fé na terra. A questão maior aqui não é a resposta à pergunta, mas “o porquê” ela foi feita.

Quando estudava sobre quem seria o trigo e o joio, fiquei deveras tentado a seguir o entendimento institucional de que exclusivamente um e outro se tratavam de pessoas. Entretanto, pode-se verificar que o trigo se trata da igreja verdadeira de Cristo, Invisível e fiel. O Joio pode ser entendido como a instituição religiosa.

Como podemos concluir que a instituição religiosa é o joio que envolve a verdadeira igreja? Quando observamos o esforço frequente daquela em apresentar um evangelho híbrido. Ou seja: um evangelho caracterizado como vinho novo em odres velhos.

O odre velho é a antiga aliança feita com os hebreus, o vinho novo é o da nova aliança. Quando se tenta pegar a roupagem da antiga aliança (ritos, clericalismo, sacrifícios, exigências, imposição de dízimos e ofertas, entre outros) e inserir o evangelho da nova aliança nela, a tendência real será a de ruptura.

Quantos líderes tentam introduzir a submissão incondicional ao que eles falam, evocando o título de verdadeiros mediadores entre os membros de suas instituições e Deus. Fazendo assim acabam por se tornar verdadeiros anticristos e consequentemente plantadores de joio neste mundo.

Não vou negar que reunir-se num templo de tijolos, para efetuar um culto verdadeiro, seja bom. Entretanto quando se despreza o fato de que nós somos o verdadeiro templo do Espírito Santo, e se propaga a mentira de que um templo construído de tijolos ou madeira seja a casa de Deus, abraça-se um processo de destruição da verdadeira fé em Cristo e distanciamento de Deus.

Não faça isso!

Nós todos juntos, em Cristo Jesus, somos a igreja e a casa de Deus.

Em breve voltarei com mais informações. Mas se prepare: muitas podem resultar numa verdadeira ruptura com o sistema religioso e uma profunda e real experiência com Cristo.

Um abraço de seu irmão e amigo:

Oráculo