Que a Graça e a Paz de nosso Senhor Jesus
Cristo sejam com todos.
Hoje, quero abordar um tema que muitos preferem ignorar. Contudo, como luz do
mundo, somos chamados a esclarecer o caminho com a Palavra de Deus, ajudando a
evitar que pessoas tropecem em armadilhas ao longo da jornada.
O que trago para reflexão é algo que
denominei INSTITUCIOLATRIA.
Esse termo une "instituição" e "latria" (adoração),
expressando a ideia de uma veneração exagerada ou idolatria a uma organização
institucional, muitas vezes em detrimento de princípios e crenças superiores.
Nos dias atuais, encontramos uma infinidade de
denominações religiosas espalhadas pelo mundo. Quero, no entanto, relatar o que
vivenciei em minha trajetória cristã: a instituciolatria evangélica.
Reconheço que existem comunidades
evangélicas guiadas por líderes comprometidos e sinceros, verdadeiros filhos de
Deus, que ensinam a Palavra como ela deve ser proclamada, reunindo os fiéis de
maneira saudável e edificante.
Entretanto, assim como há luz e trevas, também
encontramos instituições que trilham as sombras com práticas que destoam dos
propósitos estabelecidos pelo Senhor.
Provavelmente, você já ouviu alguém
afirmar que a "igreja certa" é a “X” ou a “Y” e que apenas os
integrantes de determinada organização possuem a verdade e o direito à
salvação. Esse tipo de mentalidade, associado a um espírito religioso opressivo,
deu origem a pessoas jurídicas de atividade religiosa, que ostentam nomes
fantasia em seus templos, como “igreja X” ou “igreja Y”.
Com isso, o verdadeiro significado do termo
"igreja" foi corrompido ao longo dos anos. O que muitos chamam de
igreja são, na realidade, entidades organizadas formalmente, com estatutos
registrados em cartório. Não entendem que igreja é a reunião de pessoas e não
um prédio construído onde funciona uma instituição.
O que deveria ser uma bênção para os
cristãos pode acabar se tornando uma prisão espiritual. Mas por que bênção ou
prisão? É bênção porque busca oferecer um ambiente estruturado para cultuar a
Deus e promover encontros para esse propósito exclusivo.
Por outro lado, transforma-se em cárcere quando
líderes dessas organizações defendem suas normas internas com argumentos como:
“tragam dinheiro para este local, pois aqui é a ‘casa de Deus’” ou “vocês devem
obedecer cegamente ao seu pastor; se ele mandar vocês comerem areia, comam”.
Esses líderes frequentemente justificam essas exigências como ordens divinas.
Entretanto afastam o ensino bíblico que
revela que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas e sim nos seres
humanos. Ou seja: o templo pode reunir a igreja, mas a casa de Deus são as pessoas
que compõe a igreja.
Já presenciei instituições que proibiam
práticas como mascar chiclete, andar de bicicleta, jogar futebol, praticar
esportes, cortar o cabelo ou fazer as unhas. Essas regras arbitrárias, impostas
para agradar ao líder local, tratam tais práticas como pecados gravíssimos,
comparáveis ao adultério ou homicídio.
A Carta aos Colossenses alerta que
aqueles que se submetem a tais regras tornam-se escravizados por homens
manipuladores. Passam a ser prisioneiros dessas instituições e do medo de serem
condenados ao inferno. Líderes que impõem tais regulamentos apresentam Deus de
forma distorcida, diferente de como Jesus Cristo o revelou — um Deus severo,
ávido por condenar por mínimos atos contrários às normas estabelecidas pela
organização religiosa.
Quantos estão aprisionados por esse tipo de regras
e ainda não experimentaram o verdadeiro amor e natureza de Deus? Muitos foram
tão moldados por essas normas que chegam a declarar que apenas sua denominação
detém a salvação, enquanto todos os demais estão perdidos.
Muitas vezes, também se ensina que é
necessário trabalhar gratuitamente para essas organizações, sob a promessa de
bênçãos futuras. Nessas comunidades, a principal pregação gira em torno do
dízimo e da obediência cega aos líderes. Tais líderes reforçam práticas da
antiga aliança, restauram o véu que foi rasgado.
Chegam a proferir a heresia de afastar o
sacrifício de Cristo para afirmar que o dízimo mensal é essencial para afastar
um suposto "demônio devorador" e a sua não observância leva ao inferno.
Com isso, o medo é implantado no
coração das pessoas. Exigem não só dízimos, mas também ofertas e primícias,
numa clara demonstração de "vinho novo em odres velhos".
Essas organizações frequentemente funcionam
como verdadeiras empresas. Não obstante isso, também são verdadeiros centros de
aniquilação de potenciais ministros e líderes, pois tendo um “proprietário”, inibem
o crescimento de novos ministros, temendo perder o controle de seus
"impérios", que acabam sendo transmitidos como herança a seus
descendentes.
Já perceberam que muitas instituições
têm como vice-presidente o filho do presidente? Já notaram que, embora aleguem
que o povo pode decidir se ele permanece ou não, nunca apresentam outras opções
para votação? Já repararam no medo que incutem nos liderados, impedindo que
tenham vontade própria para escolher quem deve estar à frente? Já notaram que
se autodenominam ungidos, mas desprezam a unção concedida por Deus, por meio de
Cristo Jesus, a todos?
Por mais que afirmem que Deus é “o dono da
obra”, mostram-se verdadeiros seguidores de Mamon. Escondem da igreja o fato de
que somos todos filhos de Deus, ungidos como “reis e sacerdotes”.
Entretanto, a pregação de que somos
ungidos é frequentemente combatida pelos defensores da instituciolatria, que
recorrem a textos do Antigo Testamento, como as passagens sobre Coré ou a unção
de Saul. Esquecem-se de que estamos sob uma nova aliança, firmada por meio de
Cristo.
Somos filhos de Deus. Saiba que você é o templo
de Deus. Juntos, formamos a igreja de Cristo, que pode se reunir em qualquer
lugar, em espírito e em verdade.
Se você deseja congregar em um espaço
físico institucionalizado, procure saber se o líder daquele local realmente tem
compromisso com Deus e com Sua Palavra ou se é apenas um “empresário” em busca
de poder, utilizando ameaças verbais e opressão religiosa. Se ele pregar que o
templo físico é a “casa de Deus” e que ele, como representante ungido, tem
autoridade para decidir o que você deve fazer, abra os olhos.
Que Deus continue abençoando a todos vocês.
Um abraço de seu amigo e irmão em Cristo Jesus:
Oráculo